terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Descoberta


A minha história começa bem parecida a de tantas outras garotas: uma gravidez imprevista. Quando descobri que estava grávida quase tive um troço. Parecia que o meu mundo ia desabar. Eu sei que hoje soa meio exagerado, mas foi como me senti naquele momento, sozinha num hospital, diante de uma médica que me dava a “pior” notícia do mundo. Eu tinha ido fazer uma ecografia para ver se meus ovários estavam bem – sempre sofri muito de cólicas e nunca me convenci de que aquilo era normal. Pois bem, no meio do exame a médica virou o monitor pra mim e disse: Ta vendo isso aqui? É um saco gestacional.
Saco gestacional??? Como assim doutora? Você tem certeza de que não é mioma? Um cisto?

Sim, por mais incrível que pareça, eu perguntei isso a ela que, com um sinal negativo de cabeça, me informava de que eu não estava doente. Saí do hospital chorando como uma criança, soluçando. Eu me dirigi à farmácia mais próxima e, com as lágrimas rolando soltas, pedi um exame de gravidez desses de urina. O farmacêutico deve ter pensado que eu estava no meu quinto filho, tamanha era a choradeira. Fiz o exame de urina - você tem que fazer xixi num papelzinho e esperar cinco minutos até que apareça uma segunda linha vermelhinha no papel. No meu caso, a linha apareceu instantaneamente. Assustada, fiquei esperando pra ver se a linhazinha desaparecia do papel. Doce ilusão. Eu devia estar muito grávida mesmo! Mesmo assim não me convenci. Liguei pro médico e pedi pra ele deixar um pedido de exame de sangue com a recepcionista. Passei lá, peguei o pedido e fui pro laboratório. O resultado saiu à noite. Positivo. É, não tinha mais pra onde correr.
Eu havia descoberto que estava grávida antes mesmo da menstruação atrasar. Inacreditável! O que era para ser um simples exame de rotina havia se transformado numa caótica descoberta.
Bom, o fato é que, litros de lágrimas depois, me acalmei, respirei e aceitei. E o mais impressionante foi que, uma vez mudada a “chave”, comecei automaticamente a curtir o momento. Foi mais ou menos como “ah, ta bom. Vou ser mamãe? Então ta.... Viva! Vou ser mamãe!!!” .
Sem querer querendo, havia realizado meu sonho de ser mãe.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Eureka!


Outro dia, conversando com amigas, me dei conta: Como é bom estar grávida!!! Deve ter soado como uma brincadeira porque elas riram muito. Talvez tenha sido a entonação de “Eureka!” que utilizei. Talvez tenha sido a incredulidade daquelas que há um mês só ouviam ais, uis e arghs.

“É sério! Em primeiro lugar, não tenho mais ressaca! E isso é muito bom! Em segundo lugar, parei de fumar, o que implica em um hálito fresco e agradável. Nada de dedos fedorentos, cabelos enfumaçados, roupas empesteadas. Calculando com meu pai outro dia, cheguei à conclusão que já deixei de fumar aproximadamente dois mil cigarros. Dois mil!!! Inacreditável! Meus pulmões agradecem... e muito! E meu bolso também, porque economizei cerca de quinhentos reais de tabaco até agora. Mas, se somarmos esses quinhentos reais às quantias que eu gastava com cervejas, petiscos e afins, esse número se multiplica exponencialmente. Aff! Não gosto nem de pensar...

Agora me levanto cedo, me alimento melhor e dedico horas a fio ao meu bem-estar físico e emocional. Além das caminhadas periódicas, faço drenagem linfática, nado quando faz sol, durmo quando faz frio, vejo filmes e mais filmes embaixo das cobertas, quentinha, agarrada no gatão... Humm... bom demais! Ah, sem contar com o despertar cheio de mimos, música, café da manhã preparado, misto, suquinho, iogurte...

Vocês estão ficando com invejinha, né?! Eu sei... é bom mesmo. Aposto que vai ter um monte de garotas a fim de engravidar depois disso. E isso que eu estou só no começo!

Por exemplo, quem quer comer sem peso na consciência? Hein?!

Bom, sei que sempre existirá alguém pra me dizer que vai dar muito trabalho, que o parto dói, que dar de mamar dói também, que fralda descartável é muito caro, que.... eu sei, eu sei. Mas é aquela velha história do copo meio cheio, meio vazio...

Estou num momento totalmente “copo meio cheio”.

Depois de muito enjoar, só quero saber de curtir a minha barriga, de sentir o meu bebê crescer e se mexer dentro de mim, de sonhar, desfrutar... Tô tão feliz!”.