domingo, 10 de abril de 2011

Em casa




Me sinto orgulhosa de ter tido a coragem e a força de ter a Gigi em casa. Quem passou por isso sabe o tamanho da pressão para que você desista da ideia. Os medos, as inseguranças, as neuras de todo mundo recaem sobre a mãe que opta por um parto em casa. É claro que há riscos. No hospital também há riscos.

Me sinto orgulhosa porque acho que faço parte de um movimento importante de resgate da nossa força feminina, de resgate do respeito pelo nosso corpo e de crença na nossa origem animal. Confesso que parece meio clichê tudo isso, mas é isso mesmo. Vivemos numa sociedade onde as pessoas não querem sentir dor, onde ninguém presta atenção no que está acontecendo com seu próprio corpo. Sentimos dor de cabeça e, sem refletir sobre o porquê da dor, imediatamente tomamos um comprimidinho. Bebi pouca água hoje? Me alimentei direito? Dormi pouco? Comi queijo demais? Sei lá... Deveríamos estar mais atentos ao que nosso corpo nos diz. Um copo d`água poderia resolver a dor de cabeça em minutos. Ou comer uma maçã, tirar um cochilo...

Não nos permitimos mais sentir dor - dor esta que seguramente reflete algo que está acontecendo internamente. O mesmo acontece no parto. Não que a dor do parto se compare a uma dor de cabeça, não é isso que quero dizer. Mas acredito que a dor do parto pode ser transformadora. Parir um filho ativamente, com suas próprias forças, é uma sensação incrível e que deveria ser experimentada.

Sempre digo que NÃO acho que TODA mulher deva ter um parto em casa. Acho que toda mulher deve parir onde se sente mais segura. Em casa ou no hospital, tanto faz. O mais importante é que a mulher esteja confiante e feliz. Afinal, esse deveria ser um momento de alegrias e não de sofrimento.

Não sou uma apologista do parto em casa. Sei que há riscos e defendo que haja pré-requisitos para que uma mulher opte por parir em casa. A saúde da mãe e do bebê vêm em primeiro lugar. Sempre.

Sou uma apologista do parto natural, isso sim. Defendo a não-intervenção. Quer dizer, defendo também as intervenções necessárias, inclusive a cesárea, que salva milhares de vidas e merece respeito. Mas sou contra as intervenções desnecessárias, essas feitas para apressar um processo que deveria transcorrer naturalmente, essas que não respeitam o relógio biológico, essas que contrariam os astros.

E, infelizmente no Brasil, vivemos uma realidade de incontáveis intervenções, a maioria desnecessárias. Vivemos uma realidade de violência contra a mulher nos hospitais. Estamos nas mãos de médicos (mal) treinados para abrir, tirar e fechar, como se estivessem resolvendo um problema. Como se o parto fosse algo que médicos fazem. Não são eles que fazem os partos. Somos nós que devemos parir nossos filhos.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Piscina de bolinhas


Sábado passado, logo que acordei, pensei: vou levar a Gigi numa piscina de bolinhas. Não sei exatamente de onde tirei essa ideia. Achei que poderia ser legal, só isso.

Fiz mil coisas o dia todo, sempre pensando na piscina de bolinhas. No finzinho da tarde, arrumei a Gigi toda princesa e lá fomos nós. Os três pra piscina de bolinhas!!! Chegando lá, descobri que o ingresso dava direito a meia hora de piscina. Perguntei, já sabendo a resposta, só por perguntar, se não vendiam meio ingresso, quinze minutos. Achei aquilo um exagero. Meia hora! Quem é que fica meia hora numa piscina de bolinhas?

E não é que meia hora passa rápido? A Gigi ficou a meia hora inteirinha lá, brincando, empolgadíssima, vendo as outras crianças passarem por ela feito foguetes, a mil. E ela lá, afundando lentamente na piscinha de bolinhas, achando graça, gargalhando, dando gritinhos...

quarta-feira, 2 de março de 2011

Contabilidade

Vamos aos números, porque eles não mentem jamais!

Há 19 meses descobri que estava grávida. Foram 3 meses de enjoos. 18 quilos a mais. 4 ultrassons. 2 chá de bebê. Umas 2.000 fraldas descartáveis. 40 semanas de gestação.

Ainda bem que era 1 bebê só.

Há 10 meses a Gigi nasceu. 22 horas de trabalho de parto. 10cm de dilatação. Incontáveis contrações. Ela pesava 3,350 kg, media 49 cm.

Agora já tem oito dentes, onze quilos, 4 chupetas, 6 avós, 1 primo, 1 prima, muitos brinquedos e incontáveis fãs.

Perdi 21 quilos, deixei de fumar umas 500 carteiras de cigarro (gente, como me orgulho disso!), troco umas 5 fraldas por dia e dou incontáveis risadas.

Saldo positivo!!!

Frescuras


Depois que a Gigi nasceu, ficou difícil escrever aqui... Não que eu não tenha mais assunto. Pelo contrário! Se tenho! Mas é que das duas, uma. Ou fico aqui babando e escrevendo sobre como ela é linda e como a vida ficou mais gostosa... Ou fico aqui contando as nossas experiências diárias de amor e fofura.
E mais, ao mesmo tempo que tenho vontade de gritar para o mundo o quanto a maternidade me faz bem, penso: isso é uma experiência pessoal e intransferível que só interessa a mim mesma e pode causar inveja.
Daí se acende o alerta vermelho na minha cabeça e desisto logo de escrever.

Fresca? Eu? Imagina!