segunda-feira, 13 de julho de 2009

Sobre o tagarela de Plutarco


Já dizia o filósofo: sábio é o homem que bebe vinho e se mantém calado.

“É uma surdez voluntária, de homens que, suponho, censuram à natureza o fato de terem apenas uma língua, embora tenham duas orelhas.”

“Os navios apanhados pelos ventos são retirados com a ajuda de cabos e âncoras, que reduzem sua velocidade; mas, para a palavra que, por assim dizer, escapou do porto, não há nem ancoradouro nem ancoragem.”

“Do mesmo modo que o vinho, que foi inventado para o prazer e para a boa convivência, é transformado por aqueles que são forçados a bebê-lo muito e sem mistura num veneno intragável, assim também a linguagem, o mais agradável e o mais humano dos símbolos, torna-se, por aqueles que a empregam mal e negligentemente, inumana e insociável: julgando-se encantadores, eles são enfadonhos; admiráveis, eles são ridículos; amáveis, eles são desagradáveis.”

“O que está no coração do homem sóbrio está na língua do homem embriagado.E tanto o silêncio é profundo, religioso, sóbrio, quanto a embriaguez é faladeira: sendo sem inteligência e dotada de pouco espírito, por isso mesmo faz muito barulho. ”

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