terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Saudade

A saudade dói no peito. Aliás, a saudade, diferente de outros sentimentos, não se sente apenas, se tem. E eu tenho.

Eu tenho saudade de coisas banais. Tenho saudade de fechar as cortinas do meu quarto, de dirigir, de escutar os discursos do velho Cazarré (vulgo Old Caza), dos recadinhos do Tio Juarez (desses a família Cazarré toda sente falta), de invadir o quarto do Érico e ficar aí, sem fazer nada, só observando...

Tenho saudade dos reclames e dos quitutes da mama, tenho saudade do Ju, me dizendo: Força!, tenho saudades dos amigos e das amigas, dos verdadeiros. Tenho saudade da minha casa – do cheiro dela-, de fumar Carlton, de falar e escutar o português, de ir pra Água Mineral, de ver futebol na tv, de ir pro Beiras, de ir pro clube, de ver o Lago, de sentir calor, de me embriagar e tecer teorias loucas (muitas delas bastante coerentes)...

Tenho saudade de tudo aquilo que me compõe, desse montão de pedacinhos de mim mesma. E, aqui, agora, só, percebo que a saudade é como um vício. É um desejo de ter novamente tudo aquilo que tinhas ontem, ano passado, agora há pouco...

A saudade é o nosso lado mimado que se manifesta dizendo “eu quero”. Seja o que for. Pode ser um amor, um amigo, um objeto, um dia, uma fatia de pão com manteiga...

Na verdade, acho que a saudade não é nada mais que uma manifestação de amor. E o amor, como bem disse, certa vez, um filósofo fatal, pode se manifestar a qualquer momento, por qualquer coisa. Eu posso amar uma manhã, sob determinados raios de sol....

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