domingo, 11 de janeiro de 2009

Sempre gostei de biografias


Desde pequena, sempre gostei de ler biografias. Depois, mais grandinha, me apaixonei pelos documentários. Em seguida, decidi que queria estudar jornalismo porque gostava das histórias reais. Hoje, amo cada vez mais a literatura, a ficção.

Sem deixar em segundo plano a realidade, descobri o prazer na mentira. Mentira boa, sem culpa. Essa mentira a que me refiro pode ser entendida como, por exemplo, um quadro de Picasso, uma música do Chico, um poema de Augusto dos Anjos, um personagem de Shakespeare...

As “histórias de vida” seguem me encantando, as verdadeiras. Mas sempre quando contadas com uma pitada de arte. Qualquer uma das sete, tanto faz.

No jornalismo diário, por exemplo, uma boa história não basta. É necessário que o texto tenha “molho”, tenha encanto, seduza o leitor. E isso quem me ensinou foi um amigo-professor gaúcho de enorme talento.

No cinema, um bom roteiro não é suficiente. Na pintura, tintas, pincéis e tela não são suficientes. Na poesia, uma boa idéia ou boas rimas não são suficientes. E por aí vai...

Na vida real, cotidiana, as coisas vão acontecendo num ritmo mais distendido, mais lento. E isso dificulta a capacidade de identificar as boas histórias. Vivemos, todos, coisas dignas de serem contadas. O difícil é, durante esse processo, conseguir vê-las e contá-las com sal, com pimenta.

Bom, enquanto seguimos cegamente emergidos no processo e sem lucidez para ver poesia no que acontece ao nosso redor, nada melhor do que recorrer às boas mentiras.

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